terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dor Rabugenta

- Mãe, sobre o que eu escrevo hoje? - Escreve "a dor de cabeça incurável da minha mãe"! - Tá! Pedido de mãe é ordem. Com o solícito objetivo de habituar-me a escrever diariamente de novo, qualquer tópico vale. Ah, mas essa dor. Tenho perdido a minha mãe ultimamente. Ela não tem sido mais a mesma. Claro que ela é a mesma, linda querida amável carinhosa, por dentro! Eu quero exterminar com a dor de cabeça do mundo!!! Ela afeta não somente quem a possui, mas à todas as pessoas que convivem com o cidadão sofredor. De manhã. "Bright sun! Dia lindo, vou lá tomar um café da manhã antes da mãe sair!". Abro a porta do meu quarto, e escuto estridentemente "Nicole, o que custa arrumar a cama quando acorda?". Já vi tudo, mau-humor, gritos, testa franzida, é dor de cabeça! É dor de cabeça vinda do ciático, é dor de cabeça vinda da coluna, vinda do estômago, vinda dos pés, vinda da garganta, vinda dos olhos, vinda das unhas..... aiii quanta dor de cabeça! De tarde. Rumo à empresa, vamos juntas. Demoro alguns segundos a mais que ela para descer após me arrumar. E a dor começa a querer se soltar... "eu vou te deixar!", "é todo dia a mesma coisa", "ai Jesus, até quando vou aguentar?". Descobri que sou muito mais paciente do que eu achava ou do que meu horóscopo sagitariano sempre me disse. Eu não explodo mais (quase). E como vocês podem ver, até piada estou fazendo de tudo isso. De noite. Como voltei a morar com eles, antes de dormir adoro ir no quarto deles, e deitar do lado dela um poquinho. "Ai que bom, hora de descansar, que dia cheio, mas produtivo, ou não também, tudo bem, tenho minha mãe aqui do meu lado. Posso deitar um pouco? (afinal, passei 1 ano e meio fora de casa, e ela pedindo pra eu voltar!)". "Hoje não, tô com dor de cabeça, calor e vai ficar muito apertado". Detalhe, estou colecionando esses "hojes não" ultimamente. Sabe aquele cavalinho que dá patada para trás no programa Pânico na TV, da Rede TV, quando alguém dá um fora em outra pessoa? É o q tem acontecido. E o meu cavalinho tem nome ainda, Solanja. Mãezinha tem me dado várias patadas. Mas como sou uma filha querida (e que já aprendi a lidar com ela), vou dar uma trégua pra ela, e liberar o crédito de patadas por mais um tempo. Mas já avisei ela que meu standart "eu te entendo, mãe!" uma hora não vai colar mais! Médico?! Capaz, ela não gosta! "Ah Nicole, ele vai me receitar as mesmas coisas que tô tomando e terei que pagar 150 pila ainda pela consulta!". Aiai. E Dorflex? RÁ. Dorflex é arroz lá em casa. É meio dia e de noite! E se ela fosse japonesa ainda, tomava nas outras refeições! Dias atrás no Globo Repórter, escutei que remédios para dor de cabeça somente suavizam a dor, massageiam ela, que na próxima vez q latejar, ela volta mais forte ainda! E ela me escuta? Escuta o Chapelin? Não!!! Geração Dorflex total! Vamos cuidar com a auto-medicação, people! Pensar melhor na alimentação, praticar exercícios físicos, realizar um hobby, exercitar o sorriso principalmente! E mãe... chega de dor de cabeça, please! Lembre-se, quanto mais dor... mais chato você fica! by Nitch

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pela fechadura

Alguém um dia me disse que a pessoa compatível com você para a vida, nunca vai embora da sua casa, deixando você com um sentimento de "vazio". Sabe, aquele eco? Aquele vácuo de opinião não formada? O morno?
Às vezes ele vai, às vezes ele volta. Mas quem está vivendo da verdadeira, pura e fiel entrega e paixão, não lhe deixa esse vazio. E se você está entregue, isso se torna muito mais doloroso.
Porque você "capta", quando você escuta as mais doces e surreais palavras de afeto, caso você não as escute, você sente pelo toque de teor aveludado que lhe traduz em um cristal por tal delicadeza, ou uma rocha pela força de um abraço, e ainda assim, se nada disso é suficiente ou inexiste, há o direto entendimento do olhar, que na maioria das vezes substitui as mais lindas juras, e os mais dimensionais toques. Mas quando nenhum desses acontece com intensidade e freqüência, eis o vazio que falo.
Demonstre mais. Uma frase que tem passado muito pela minha cabeça nos últimos dias, é que Hoje não tem o nome de Presente em vão. Presente é dadiva, devemos receber os Presentes da melhor forma possível, e desfrutá-los. Cada dia que passa e você sente o vazio, não é um presente bem recebido, é um descaso. Transforme-o, doe-se, abra-se, seja fiel às suas vontades. Estar com alguém, e ter as mesmas atitudes as quais você mantinha em antigos relacionamentos, não é crescer, ou mesmo evoluir. E quem te ama, QUER ISSO! Cada pessoa que se aproxima desperta uma pessoa de traços diferentes em você. Positiva ou negativamente. Não é que você não tenha identidade fixa, mas é que o ser humano é mutável e variável, e quando você se descobre uma pessoa melhor com alguém, é com essa pessoa que você quer ficar. Busque o seu melhor a cada dia, seja solícito. Estar com uma pessoa sem pensar em crescer com ela, -não menciono no sentido de casar, ter filhos, construir uma casa, bla bla-, crescer como pessoa no seu sentido mais amplo... juntos, sem essa intenção, a causa é inútil.
Algo fica cada vez mais claro, o sentido de nos relacionarmos uns com os outros é a soma, é o acrescentar. Faça-se a pergunta: você é uma pessoa melhor com ele(a)? Você gosta da pessoa que você é na companhia dele(a)? Eis a resposta.
Uma mentora na época do colégio, naqueles encontros cansativos de líderes de turma, sempre falava: a missão mais importante de nossas vidas é fazer com que as pessoas ao nosso redor sintam-se e saibam que são amadas. Quando mais nova, achei que era um script marista-católico que ela deveria seguir, mas seu brilho no olhar fazia eu desconfiar que um dia eu compreenderia isso.
Hoje, em meio há tantas dúvidas transsetoriais, eu entendo o que ela quis dizer.
O que acontece quando você sorri para alguém? Correto. A pessoa irá sorrir de volta. Com o amor acontece o mesmo, e eu sei que você quer se sentir amado, logo, você sabe o que fazer.
Não permita. Não se conforme. Você não poderá forçar o caminho de ninguém, nem mesmo o seu, mas orientação é carinho. Não permita meu artigo ter sido em vão. Não permita passar o tempo com o vazio, e principalmente, a partir de hoje... somente se despeça dele(a), com a certeza de que você trancará a porta com... um sorriso no rosto.
by Nitch

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Preguiça, Pecado ou Direito?

Nem só de amor o Nitch vive. Mas analisando por um diferente ponto de vista, o amor inclui-se também nesse artigo, afinal, quando trata-se de vida e ser humano, trata-se de amor.
History Channel, posso passar o dia lá. Uma programação interessantíssima diurna e noturna. Venho acompanhando a série de documentários chamada "Sete Pecados Capitais", e neste final de semana, o pecado era "Preguiça", e confesso que deixou-me bastante pensativa.
Os Sete Pecados Capitais foram criados para serem regradores da nossa conduta humana, procurando evitar a auto e geral destruição da raça.
Chamou-me atenção um nome diferente para Preguiça, que os criadores dos Sete Pecados, a teóloga Beatrice G. e o monge grego Fernando T., citaram em sua criação: ACÍDIA.
Você já ouviu falar de Ácídia? Eu nunca tinha escutado este termo em (quase) vinte e dois anos de vida. Acídia seria muito mais do que esta preguiça que temos em mente que seja tal pecado, Acídia é uma Preguiça Espiritual, logo, a pior preguiça, a preguiça mortal.
Acídia é na verdade uma tristeza profunda. A tristeza que te impede de realizar os atos mais banais. Antigamente, esse chat de pecado capital, originalmente vindo do cristianismo, era tão levado a sério, que quem cometia-os era condenado à morte. Até um Rei lá da França, ter a sua mulher com tal doença da Acídia, e então, ele com seu poder, mandou repensar as mortes por Acídia. (Nada como ter um Q.I., ou ser mulher do Rei, hehe). Acídia seria nada menos do que Depressão, palavra desconhecida nas datas propostas, e nem só a palavra, mas seu conceito em si. Ninguém sabia que a Depressão/Acídia era algo não optável, por isso que era um Pecado, os leigos julgavam-no como algo que a pessoa escolhia para sua vida, logo, ela escolhera o Demônio para apossar-se de seu corpo e sua alma (e esse bla bla bla vocês conhecem). Para mim, como não acredito que a Preguiça, nem a Acídia, sejam Pecados Capitais -pois não há um poder pessoal de escolha-, penso que empregar tais termos como Pecados Capitais seguidos pelo Cristianismo, -religião então dominante-, nada mais era do que um belo e ilustre plano capitalista, sugerindo que quem não trabalhasse, conheceria as amiguinhas Guilhotina e Forca! E vejam, deu certo!
Na verdade, a simples Preguiça, a que encontra-se na versão socialmente aceita dos Sete Pecados Capitais, chega a ser um pecadilho simpático. Além de termos um grande nome como Hipócrates, um pensador grego que pregava a Preguiça como uma filosofia de vida, no Brasil atual, não é muito diferente, como mostra o samba-enredo da Viradouro: "Quero sombra e água fresca, Eu quero em minha rede balançar, Brasil, meu Brasil!". E voltando à Hipócrates, para quem não lembra dele, você deve refrescar a memória com essa historinha: ele foi o homem que ficou famoso pelas ruas, sempre deitado, escorado, e ensinando aos demais a ter Preguiça, ficou tão conhecido pela sua maneira de aproveitar a vida, que Alexandre O Grande, foi lhe procurar para lhe oferecer uma morada em seu castelo, e ele negou. E então Alexandre o perguntou: "mas então, o que você quer que eu faça por você?" E Hipócrates respondeu: "Você pode ir um pouquinho para o lado, pois está tapando o Sol". Boooooh! E viva a quarta série!
A Preguiça é um dilema de diversas maneiras. Aproveitamos mais a vida na correria da ação, ou na moleza da preguiça? Observar as coisas inanimadas ao nosso redor enquanto o mundo avança, não cansa uma hora? Cansa. Mas correr tanto ao ponto de não poder ver seu filho crescer, não cansa? Cansa.
Diferente de todos os outros Seis Pecados Capitais, a Preguiça é o único que concluo que, para sua saúde, pode ser exercido sim, com Equilíbrio. Os demais pecados são considerados proibidos mesmo, mas a Preguiça de vez em quando é saudável sim, para crescermos, precisamos ter momentos de lazer, momentos de relaxamento, mas repito, com equilíbrio.
Nestes últimos tempos, eu tenho tido tanta preguiça, até preguiça de escrever aqui. Mas "on the other hand", tenho pensado tanto, e vivenciado tantas outras coisas tão bonitas, minha perspectiva sobre a vida e seus valores têm sido aprimorada, e quem disse que a inércia não nos move pra frente?
Dado o meu atual momento, só tenho de agradecer aos poderes divinos por não viver nos séculos passados, do contrário... eu já teria perdido várias cabeças!
Boa semana à todos!
by Nitch