quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A Era do Auto

A era do auto. Tudo o que é culto é auto. O auto é como encostar o dedinho no céu. É auto-estima, auto-ajuda, auto-conhecimento, auto-análise, auto-crítica, auto-decisão, auto-criação, auto-diversão, auto-projeto, e se repararmos atentamente, até a palavra substantiva automóvel tem a ver com o egocentrismo, auto-móvel = eu consigo me mover tecnologicamente sozinho.
Justamente nos recentes dias mais competitivos, o auto faz tanto sucesso. E é simples de compreender a causa desse prefixo tão cheio de significados. Nós fazemos para os outros. Nós queremos agradar, participar, compartilhar. Nada mais justo do que se assemelhar aos outros para ganhar o ticket da sociedade. Nós crescemos para os outros, seja para a mãe, afinal, quando babys comemos toda aquela banana amassada com canela pra quê? Para os coleguinhas, quando usamos a tiara igual pro ladinho, ou quando incomodamos até ganhar a espada supermegahipersônica. Com o amigo mais tarde, quando observamos ele escrevendo, tentamos em casa, e pensamos “poxa, eu gosto disso também”. Quando cedemos à preferência de um filho. Ao sermos consumidores da moda. Ao imitarmos. E mesmo ao sermos os pioneiros de algo em nosso grupo, também tiramos a auto-invenção de algum lugar. Nós fazemos tudo para os outros, com os outros, nos outros.
O auto traz um momento tão para nós. Quem diria que o egoísmo estaria em falta? Em meio ao instopable passar das horas que escravos dos outros em tantos lugares e de tantas maneiras, o auto nos traz até nós, ourselves. Tenha o seu momento, equilibre o dividido com o só seu.
Philosopha conheceu nesse segundo semestre de 2008 a pessoa que mudou sua vida. Tão surpreendente, diferente de tudo, tão parecida com ela, embora distinta do que imaginava. Elas começaram a fazer mais coisas juntas. Conversavam, testavam aptidões e atividades, tiravam conclusões. E das práticas, desenterravam-se e enterravam-se lágrimas e sorrisos. Ela se vê cada dia mais nessa pessoa. Mas hoje ela sabe que daqui a algum tempo sua amiga vai se reinventar, e ela não quer ter de se apresentar de novo. Elas querem viver juntas. Ela quer continuar se conhecendo.
by Nitch (trecho retirado do blog www.philosophadujardin.blogspot.com)

Um comentário: