segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ciclos domésticos

Sou muito realizada por conhecer e conviver com mentes brilhantes. Quem sugeriu-me o tema de hoje, é uma delas. Já afirmava o imortal Fernando Pessoa que "sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver...". E você, quando pretende encerrar seu ciclo? Ciclos, um termo pode nos dizer tantas coisas. Ciclos lembram vícios. Vícios lembram drogas. Drogas lembram fraquezas. Fraquezas nos destroem ou nos fortalecem. Aí está a informação que é 1%, agora 99% é o que você fará com ela. Ciclos são comodidades, eles nos colocam naquela zona de conforto do "até que é bom". Até que é bom continuar namorando ela, até que é bom continuar solteiro, até que é bom continuar no curso que eu não gosto, até que é bom, até que é bom... realmente, muito bom não precisar ter esforço para nada! Você consegue imaginar como seria sua vida sem a presença da situação cômoda para você? Medo, angústia, ansiedade. São sentimentos rotulados como "ruins". Mas como saberíamos o que é verdadeiramente bom, afável e prazeroso se não os sentíssemos previamente? Os ciclos acima de tudo são aprendizados. Aprendizados sobre nós mesmos. Você termina um ciclo descobrindo muito mais sobre o que você quer e sobre o que não quer. Mas como se percebe quando um ciclo chega ao seu fim? Primeiro, você o identificou: "eu tenho um ciclo". Se o mesmo não fosse um ciclo vicioso, você nem lembraria. Vamos utilizar o exemplo de um namoro. Apesar de você não querer acreditar que toda aquela euforia emocional e erótica passou, encare o fato, passou. Se você ainda não parou pra pensar o motivo disso, pare. Se você já passou por essa etapa, tentou o possível e o impossível, já levou "de barriga", você sabe o que deve fazer. Outras pessoas começam a saltar aos seus olhos. Tudo soa mais interessante do que qualquer momento ao lado do seu parceiro. E daí começam a surgir em excesso... a falta de diálogo, a divergência sem discussão, as festas separados, o futebol que era só terça e sábado começa de repente a ser de segunda à segunda, as jantinhas das amigas passam a ser todos os dias do final de semana, enfim, ocasiões que só faltam tirar no par ou ímpar para escolher quem vai tomar a iniciativa de dar o sempre adiado basta. É triste? Muito. Mas nada acontece por acaso, somos seres humanos, TODOS passamos por isso desde os primórdios de nossa espécie, nós somos sobreviventes programados para tal. Nada apagará o que vocês viveram, por um valioso tempo vocês trocaram o sentimento mais puro que vivenciamos enquanto homens no planeta Terra. Questione! Observe! Reflita! Compartilhe! Decida! Aja! Agora você pode seguir em frente, você levará muito dela, ela levará muito de você. Você hoje é a soma de tudo o que repartiu e filtrou para você, dessa pessoa. Os ciclos reviraram muita coisa aí? Pois bem, você apenas está limpando sua casa. -ahn??? Quando vamos fazer uma faxina geral e completa em nossa casa, como fazemos? Enrolamos os tapetes, levamos ele pra fora ou deixamos de pé na parede, movemos os móveis de lugar para exterminar o pó, tiramos as almofadas e colocamos no sol, trocamos roupas de cama, (...) o que lhe parece isso? BAGUNÇA! Mas para haver HARMONIA, antes ocorre essa bagunça. Então começamos a limpar, varrer, lavar, passar o pano, (...). Quando você vê, tudo melhora, você ressurge mais forte, por quê? Depois dessa etapa você recoloca cada móvel, cada objeto, cada mínimo detalhe no seu devido lugar. Só que agora, sua casa além de organizada, está brilhante. Encare a poeira, decida pela casa mais limpa, rompa o ciclo que lhe impede de viver melhor consigo mesmo. A vida pode não ser só uma, mas você quer correr o risco de talvez adiar novamente sua felicidade para a próxima e próxima? Comece a movimentar os móveis hoje mesmo, tranque a correia do seu ciclo, ame e limpe sua casa.

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